DESTAQUE HISTÓRIA

Sider Pasteleiros: dois irmãos, uma receita e o resgate da história de Siderópolis

Espaço está localizado na área central da cidade

Resgatar a história de um estabelecimento comercial, buscar a identidade de uma cidade, trazer novidades para o município e trabalhar com o que gosta: essas são as características que podem resumir o Sider Pasteleiros, de Siderópolis. Localizado na área central, o comércio foi inaugurado em maio de 2021 pelos irmãos Geraldo Cardoso Sobrinho Heber Luiz Cardoso.

“Começamos a trabalhar em fevereiro de 2021 para remodelar todo o local e abrimos três meses depois. Eu sou biólogo e escritor, fiquei muito tempo morando em Curitiba. Já meu irmão estava trabalhando na Marinha do Brasil. Porém, meu pai de 87 anos teve um problema de saúde e optamos por estar próximo tanto dele quanto da minha mãe. Somos naturais de Siderópolis, mas não morávamos aqui, entretanto, planejamos e viemos novamente para a cidade”, conta Geraldo.

Segundo Geraldo, o sonho dele sempre foi ter um bar medieval. “Eu trabalhava em uma faculdade e ajudei um professor por anos. O pai dele é japonês e fabrica pastel há 70 anos. Comecei a ter contato com eles e surgiu a ideia de montar a pastelaria com ele, entretanto, acabou surgindo a vinda para Santa Catarina e o pai dele me passou a receita e nos prestou assessoria”, revela. “Nós tiramos dúvidas com ele e o recheio nós temos a própria receita”, completa.

Análise de mercado 

O proprietário da Sider Pasteleiros destaca que o mercado foi analisado. “Analisamos a região e não tem pastelaria que ofereça o que nós oferecemos, isso não significa que somos únicos ou que somos os melhores, não é isso, mas temos uma receita de massa especial”, comenta.

“Nós escolhemos Siderópolis e o local por ser na área central. É um ambiente que era conhecido da população, porém estava fechado. Observamos que poderíamos crescer na região e conseguimos. Aqui era um bar, o Sider Bar, e existia desde 1940. O movimento está muito bom. Quando abrimos tinha uma grande obra na cidade e nos ajudou, pois os trabalhadores compravam conosco e consolidamos clientes”, afirma Geraldo.

Ampliação

Apesar de estarem no mercado há meses, os irmãos querem abrir filiais. “Nós adaptamos os recheios ao nosso sabor, ao nosso tempero, mas a massa é fiel. Resgatamos o espaço, resgatamos a placa original. Pintamos e devolvemos para a cidade o espaço que sempre foi conhecido. Agora nossa missão é abrir em novas cidades e já estamos estudando essa possibilidade”, comenta.

O estabelecimento funciona das 8 às 13 horas e das 15 às 21 horas. “Nós adaptamos o horário em virtude do cuidado com nossos pais, pois temos que atendê-los e ajudá-los”, afirma Geraldo. “Aqui era um espaço masculino e tornamos um espaço para todos os públicos. Recebemos pessoas de todas as idades. Muitas mulheres entram aqui e agradecem, porque sempre quiseram entrar e tinham vergonha, pois era totalmente masculino”, completa.

O ambiente possui quadros com a história da cidade, times de futebol do município e também camisas de times. “Temos ainda um espaço com livros que foram escritos por mim e de outros autores também. Nós temos um espaço totalmente eclético. Nós recebemos todo mundo aqui”. Geraldo também é escritor e possui seus livros no estabelecimento e um quadro com correspondências que trocou com o escritor Jorge Amado.

Opções 

Atualmente, são dez opções de sabores. “Lá no Paraná tem quatro sabores clássicos, mas nós ampliamos. Nós estamos fazendo teste com novo sabor que não existe. Vamos lançar no mercado o pastel de fortaia, mas tem que usar um bom queijo colonial”, analisa.

Família 

Geraldo e Heber ainda possuem mais três irmãos. “Nós somos cinco homens e nós sabemos fazer de tudo, porque tínhamos que aprender tudo, pois nossa mãe sempre disse que não podíamos explorar a filha de ninguém. Eu e o Heber sempre fomos mais próximos e queríamos fazer algo juntos e surgiu a necessidade do pai e isso uniu a gente”, explica Geraldo. “Nós moramos no mesmo prédio em Criciúma. Nossos outros irmãos ainda trabalham. A pastelaria ainda mantém nossa união com nossos pais”, acrescenta.

Projeto

Além de oferecer gastronomia e história, os irmãos também querem contribuir com a cidade natal. “Queremos fazer um projeto nas escolas de Siderópolis. Queremos formar novos escritores e mostrar para os mais novos que o mundo pode ser deles, basta querer. Tenho 18 obras publicadas e outras pessoas da cidade também poderão escrever e conhecer o mundo de outra maneira por meio dos estudos. É possível conquistar o mundo, não importa onde você mora. O mundo está nas nossas mãos, assim como sonhei em ser escritor e tenho livros em uma biblioteca de Portugal, eles podem sonhar e realizar”, afirma Geraldo.

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