DESTAQUE RELIGIÃO

Igreja Santa Apolônia dedicação neste sábado em Siderópolis

A celebração será realizada às 19 horas e será presidida pelo bispo diocesano de Criciúma

Depois de muita pesquisa de campo, com o intuito de fazer um resgate histórico da religião católica no bairro Patrimônio, em Siderópolis, e trabalho árduo para construir uma nova edificação para os fiéis, a comunidade vivencia neste sábado, dia 12, a dedicação da Igreja Santa Apolônia. O ato de dedicar significa consagrar para o uso. A celebração será realizada às 19 horas, e será presidida pelo bispo diocesano de Criciúma, Dom Jacinto Inácio Flach.

O primeiro passo antes da construção de um novo templo foi buscar conhecer a história, que até então, não tinha registros. Um dos membros da comunidade, Claudinei José Rosso, conta que durante uma das aulas de História da Igreja, do curso de Teologia Leiga que fazia, o padre Carminatti, disse em uma de suas falas: ‘que uma igreja, uma pessoa sem conhecer o seu passado não teria como vivenciar o presente e nem projetar o seu futuro’.

Refletindo sobre este pensamento, Rosso buscou ajuda. “Isso martelou na minha cabeça e imaginei na hora nossa capela, que tem como padroeira Santa Apolônia, com os demais santos de devoção e não temos nada escrito sobre eles e como surgiu a devoção”, relembra. Após conversar com o primo e jornalista José Valério Freitas, no dia 11 de março de 2006, Rosso deu início aos trabalhos, através de pesquisa de campo, com o intuito de fazer um resgate da história da religião católica do Rio Patrimônio.

“Visitamos muitos lugares e pessoas que conviveram ou mantinham ainda uma ligação com a nossa comunidade”, disse. Depois de concluída e apresentada a pesquisa, em agosto de 2006, veio a necessidade de dar continuidade ao trabalho, pensando desta vez, na estrutura física.

Desde então a comunidade Santa Apolônia vinha realizando alguns eventos com o intuito de construir uma nova Igreja. Em 2017, a coordenadora do Conselho Pastoral Comunitário (CPC), Márcia Severo Salvaro, que recém havia assumido a função à frente do conselho, explicou que o grupo percebeu que era o momento de tirar o sonho do papel. Com o empenho de toda a equipe do CPC e apoio da comunidade, foi dado continuidade a algumas questões burocráticas para que as coisas acontecessem conforme as orientações da Diocese.

Em 2019, juntamente com o pároco, o padre Roberto Silva, o grupo buscou junto ao bispo diocesano, uma autorização para que paralelo a estas questões, fosse encaminhada a nova edificação, sendo que a antiga Igreja já estava em condições precárias. “Nosso pedido foi prontamente atendido por Dom Jacinto e acolhendo sua benção não perdemos mais tempo. Tratava-se de um sonho já gravado no coração de Jesus e a nós caberia o trabalho incessante até o final. Nos encorajamos, organizamos orçamentos, nos amedrontamos e tomamos a decisão”, relembra a coordenadora do CPC.

O projeto inicial foi do engenheiro Airton Ghisi com colaboração do padre Fernando, tendo continuidade, com a elaboração de um novo projeto pelo engenheiro e arquiteto Joelson Comin.

Em outubro de 2019 o contrato foi firmado com a construtora, e os trabalhos foram iniciados. Em março do ano seguinte, mesmo diante de uma pandemia de Covid-19, a comunidade não perdeu o foco, e seguiu realizando rifas, uma campanha para arrecadação de cimento e bazar solidário. “Iniciamos uma verdadeira peregrinação na busca de ajuda financeira, todos buscavam ajuda, pedíamos qualquer quantia, e o pouco foi se tornando muito”, ressalta Márcia.

Um pouco do início da história

A história apurada da religião católica no bairro Rio Patrimônio, em Siderópolis, começa em 1891 com a chegada dos primeiros imigrantes à colônia de Nova Veneza. Angelo Manentti e a mulher Pierina Quadri trouxeram com eles a devoção a Nossa Senhora dos Campos. Os imigrantes se reuniam em sua casa para rezar o terço. Para eles, ela foi considerada como a primeira padroeira, como não havia assistência religiosa, não foi feita nenhuma capela.

O filho de Angelo, Cesare Manentti, tinha constantes e terríveis dores de dente. Fez uma promessa  à Santa Apolônia, protetora dos dentes, devoção esta que também trouxeram em seus corações, e como alcançou a graça construiu a primeira capela  no lote 72 medindo 3 x 5 metros dentro de sua casa. Mandou vir da Itália a imagem da santa e assim, Santa Apolônia tornou-se oficialmente a padroeira da comunidade do Rio Patrimônio. Em 9 de fevereiro de 1915, o Conego Luiz Gilli celebrou a primeira missa na capela embora tenha ficado pronta 1 ano antes.

A pesquisa apresentada

Uma marcante celebração em 2006, reuniu pessoas que colaboraram com o resgate das origens e a devoção dos santos. Um trabalho impresso contando toda a história dos santos,e da imagem de Santa Apolônia, comprada em Roma em 1867, foi apresentado à comunidade, e ao povo, presente naquela data.

Obstáculos

Em tempos de pandemia, a dificuldade financeira foi um dos obstáculos, como já foi informado anteriormente, entretanto havia outra preocupação. Derrubar uma capela que tem história, onde a maior parte dos membros eram pessoas idosas com a saúde frágil, e que dedicaram sua vida ao templo que ali estava, não seria uma decisão fácil.

“Meu pai foi um grande evangelizador desta comunidade, uma vida inteira dedicada à igreja, e enquanto estava consciente sempre incentivou a construção de uma nova capela. Quando chegamos ao momento de decisão ele já não tinha mais consciência, mas minha mãe dizia para ir em frente”, afirmou Claudinei José Rosso. Durante a construção da Igreja, os encontros passaram a ser realizados no salão da Igreja.

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