Segundo os relatórios do Ministério da Agricultura, indústria e comércio, datados de 1923, que se encontram arquivados no Centro de Documentação da Universidade do Extremo Sul -Catarinense. Foram realizadas pesquisas no Distrito de Nova Belluno para a verificação oficial da existência de carvão mineral. A sondagem executada nas cachoeiras do Rio Fiorita, no lugar denominado Barro Vermelho, encontrou todas as camadas de carvão. Segundo o segundo furo, iniciado em 1 de 2 de 1923, foi realizado no Rio Jordão. E o fato mais importante, detectando nesse trabalho. Foi a forte redução na espessura das camadas de carvão como também a ausência da camada Rio Bonito. Esta foi talvez a razão pela qual a localidade do Rio Jordão livrou -se da mineração irresponsável praticadas pelas mineradoras da década de 1940 em diante sem nenhuma preocupação com o ambiente.
Conforme mostra a documentação da companhia metropolitana e confirmada em entrevista por José Frasseto, antigo morador da cidade e filho de Antônio Frasseto, que na época prestava serviço à mineradora. O início da exploração do carvão no distrito de Nova Belluno aconteceu no final da década de 1930. Toda a produção era destinada à estrada de ferro. Dona Teresa Cristina como combustível para as locomotivas, o transporte do minério produzido no distrito, acontecia da seguinte forma, da mina bem próxima onde é o campo de futebol do Grêmio Esportivo Treviso, até a localidade de Nossa Senhora da Saúde, devido à precariedade das estradas e o minério era conduzido através de carro de boi, daí em diante até o Rio Caeté em Urussanga, o transporte era realizado por caminhões a gasogênio, quando o tempo não permitia a passagem dos caminhões, o transporte era concluído por tração animal, o objetivo da metropolitana era alcançar a malha ferroviária já disponível na localidade de Rio Caeté desde 1925.
No livro Caixa, datado de 31 de 12 de 1941, há registro de pagamento do pessoal que prestava serviço de escolha manual do carvão à metropolitana. Com os trabalhos de mineração no distrito, pode -se constatar que pessoas da comunidade estavam ligadas ativamente ao processo de escolha do mineral, como empreiteiros, transportadores, ferreiros, madeireiros, comerciantes, etc.
Encontram se anotados neste livro alguns nomes que prestaram serviço à mineradora Adelino Cesa, Adelino Savaris, Afonso Adamante, Alberto Rosso (transporte), Amélio Feltrim, Antônio Frasseto (ferreiro), Devino Cesa (transporte), Fideli Tramontim (madeireiro), Francisco Gianizela (transporte), Gervásio Brogni, Guerino Savaris (madeireiro), João Cesa (empreiteiro), João Moretti (empreiteiro), Lino Pasquale, Luiz Scaini, Luiz Venturini ( empreiteiro) e Silvestre Venturini.
Dois moradores lembram a existência da mineração naquele tempo. Raulino Cesa e recorda que o método utilizado para pesquisa e lavra do carvão era denominado caximbo, forma ideal empregada quando o minério encontrava -se a poucos metros da superfície. Raimundo Possenti (Mundinho) afirma que a metropolitana comprou suas terras para minerar. Relata também que João Cesa minerava bem próximo ao centro do distrito.
A companhia metropolitana tinha por hábito contratar empreiteiros para que fizessem a extração do carvão e, consequentemente, a mão de obra era fundamental, pois todo o processo de extração mineral, existente na época era manual, ressalta -se que as jazidas de carvão exploradas na ocasião em Nova Belluno, em alguns pontos praticamente afloravam.
Com a presença da CSN no início da década de 1940 e da Carbonífera Treviso na década de 1950, o processo de extração do carvão mineral modernizou -se com a importação de gigantescas escavadeiras. A enorme produção de carvão aconteceria justamente após a inauguração em 1944 de um túnel com extensão de 388 ,45 metros entre Rio Ex-patrimônio e o distrito de Siderópolis, possibilitando a conexão com a malha ferroviária regional existente, viabilizando desta forma o escoamento do minério até os portos de Imbituba e Laguna com maior rapidez e economia.
Fonte livro “Nova Belluno” – Nilso Dassi
Adicionar comentário