DESTAQUE HISTÓRIA

Um pouco da história da ZTL

A Galeria Itália já foi loja de Zelindo Trento. Aqui a sede da ZTL, Siderópolis. (Foto Master)

Auto viação Santo Antônio, em 1950, no distrito de Siderópolis, parte do território do município de Urussanga, Zelindo Trento, buscando a participação de Arlindo César, funda a Cesa, Trento e Cia Ltda., uma empresa destinada a transportar passageiros preliminarmente em Siderópolis e Urussanga, mais tarde, se tudo fosse bem, alargar o horizonte com ramificações em Cresciúma, pelo menos. Um ônibus Chevrolet, já usado, ano 1937, foi adquirido junto à empresa Auto viação Catarinense, mas era um ônibus até moderno para época, carroceria de madeira, vidros abertos com auxílio de uma correia de couro, assentos estofados e cobertos também de couro.

Chevrolet 1942,lá vai ele para Siderópolis (acervo Zelindo Trento)

A poltrona do motorista era semi reclinável, bem macia, um luxo. Chegou o dia da primeira viagem.

Chevrolet 1946, lá vai ele para Siderópolis (acervo Zelindo Trento)

Era 13 de junho de 1950, dia de Santo Antônio. Lá vai o Chevrolet 37 rumo à festa de Santo Antônio, na localidade de Rio Caeté, em Urussanga. Ônibus cheio, alguns passageiros para festar, outros por curiosidade, todos dando fé no empreendimento “desses malucos”, referindo-se ao Zelindo e ao Cesa. Durante quase um ano, a viagem para Urussanga foi feita duas vezes por semana, na segunda e nas sextas-feiras. Depois veio uma viagem por dia, todos os dias da semana, mais tarde, duas vezes por dia, um dos ônibus do CESA, Trento e Cia Ltda. Agora eram dois Chevrolet, o 37 e um 51, cortavam os territórios sideropolitano e urussanguense.

Ford 1948, deste o passageiro desceria sobrevivente… (acervo Zelindo Trento)

Este Chevrolet 51 foi adquirido na Araranguaense, concessionária General Motors, para a região sul. Com esse novo ônibus, o Cesa e Trento passou a prestar também o serviço de excursões, especialmente para Curitiba. Os negócios caminhavam bem. Aquela ideia preliminar de alargar horizonte e buscar novos mercados apresentou-se como exequível haja vista a disposição da Júlio Gadzinski, S.A., estar interessada em se desfazer de sua empresa de transportes coletivos, cuja concessão, por coincidência, incluía linha exatamente para Siderópolis.

Primeiro Mercedes Bens,um luxo! (acervo Zelindo Trento)

Não se pensou duas vezes asseevera Zelindo do Trento. A transporte coletivo Jugasa foi adquirida com três veículos, todos praticamente imprestáveis, quase todos Chevrolet. Recordo bem de um 1942 e um 1946, além de um Ford 1948. Era problema no motor, na junta do cabeçote, um atrás do outro. Desanimava, lembra Zelindo Trento, que continua. A partir dessa época, ainda. A empresa tomou o nome de Transportes Coletivos Siderópolis Limitada. Foi sugerido que comprássemos ônibus da Mercedes Benz. Adquirimos um caminhão usado e o transformamos em ônibus. Foi para a estrada e sua rentabilidade era ótima. Excelente, se comparada aos demais veículos da empresa.

Chevrolet 1954, foi adquirido junto a Mesbla – RJ. Era o “Gostosão”. (acervo Zelindo Trento)

A partir dessa época em diante, passamos a comprar só veículos Mercedes

Chevrolet 1957. Esbelto, elegante. (acervo Zelindo Trento)

Aqueles ônibus Chevrolet nos deram muita dor de cabeça, narra o senhor Zelindo Trento. Um deles recebeu o apelido de Marta Rocha. Era realmente um ônibus bonito. Um belo dia, um dos mecânicos foi levá-lo à Laguna, já nem lembro para fazer o que, acabou vendendo por lá e sumindo com o dinheiro da venda. Um outro foi vendido na cidade de Jacinto Machado, uma parcela do produto da venda me foi entregue, mas o principal nunca mais. Os outros ônibus abandonei no próprio pátio da empresa, foram desmanchados aos poucos. Zelindo continua narrando, em 1954, fomos ao Rio de Janeiro, capital da República, e adquirimos junto à poderosa Mesbla, um “Buldogue”,

Este é o “Marta Rocha”, construído em 1959, sobre chassi 1957. (acervo Zelindo Trento)

o primeiro ônibus assim conhecido que apareceu por aqui, recebeu logo o apelido de Gostosão.

Esse gostosão era encrenqueiro, porque em que pese a sua beleza, era cheio de manhas, pesadão, na parte da frente, tinha muita dificuldade para subir morros, com chuva, patinava com facilidade, aliás, em dias de chuva, completa Zelindo Trento, o tráfego era feito com os bicudos, ônibus montados em chassis de caminhão.

Depois da chuva, a estrada era sabão. Daí…(acervo Zelindo Trento)

Na compra da Jugasa, tivemos o ingresso de um novo sócio na empresa, Basílio Da ló, um dos nossos melhor motorista e fiel companheiro. Logo depois, todavia, Arlindo Cesa deixaria a sociedade e sozinho exploraria a linha Siderópolis-Urussanga, ocorre que esta linha passava em suas propriedades, no Morro Nossa Senhora da Saúde.

A razão ficou com o maior…(acervo Zelindo Trento)

Então conta Trento, na ida ele levava alguma coisa para o Sanga e no retorno aproveitava o bagageiro com batata, aipim, feijão, tudo colhido em suas roças. Essa linha ligando o distrito a sede do município era altamente rentável, muito mais que aquela outra que ligava a Siderópolis a Criciúma, mas no entendimento societário, assim ficou decidido.

Tempos depois, a linha de Arlindo César foi vendida à empresa Auto viação São José, que a explorou por algum tempo e, anos depois, fez cessar suas atividades. Aí veio a emancipação de Siderópolis. Ao invés de crescer o fluxo de pessoas para Urussanga, o município Mãe, em cuja sede resolviam todos os problemas de ordem administrativa, aumentou o interesse por Criciúma, refletindo diretamente nos horários das linhas que possuímos. Tudo se multiplicava. Nesse interim, Basílio da Ló, por motivos de ordem particular, deixou a sociedade vendendo -me sua participação. Narra Zelindo Trento.

Com seu desligamento, a empresa passou a se chamar Zelindo Trento e Cia Ltda. Em 1958, foi quando foram estabelecidas cinco linhas diárias, ligando Siderópolis a Criciúma, cumprindo o itinerário São Geraldo, Monte Negro, Minas do Toco, Serraria, Arquimedes, Naspolini e Morro do Bainha.

ZTL Sinopse

A empresa Zelindo Trento Cia Ltda., ZTL, cujo objetivo o transporte coletivo de passageiros foi fundada em 13 de junho de 1950 no distrito de Siderópolis, município de Criciúma, com apenas um ônibus. Fazia na época a linha que ligava o distrito de Siderópolis ao centro de Urussanga. Alguns anos depois, adquiriu a empresa Jugasa na cidade de Criciúma, iniciando então a linha Siderópolis-Criciúma.

Em 1966, incorporou a Zelindo Trento e Cia Ltda., mais uma pequena empresa de transportes coletivo em Tubarão e, com apenas quatro ônibus, começou a transportes Capivari Ltda., TCL, hoje, passados 34 anos, a TCL tem uma frota com mais de 43 ônibus que transportam milhares de passageiros por dia entre os municípios de Tubarão e Capivari de Baixo.

Em 1985, a ZTL adquiriu as empresas Braço Nortense e São Bonifácio, as quais atualmente formam a filial Zelindo Trento e Sia Ltda. Em Braço do Norte, com uma frota de mais de 20 ônibus que atende os municípios de Braço do Norte, Gravatal, Rio Fortuna, São Bonifácio, Anitápolis, São Martinho, Santa Rosa de Lima, Armazém e Florianópolis.

Em 1990, foi criada a ZTL, Agência de Viagens e Turismo Ltda., composta por uma frota de cinco ônibus de categoria cinco estrelas, sendo a primeira empresa a adquirir um ônibus Double Decker (dois andares) no sul do país.

As empresas ZTL e TCL do setor de Tubarão hoje estão sobre a direção de Júlio César Trento, filho do senhor Zelindo Trento, que conta com o trabalho de 210 colaboradores que garantem qualidade na prestação de seus serviços à comunidade. E graças a esse trabalho e a presença de quem opera há 34 anos no mercado, a Transporte Capivari implantou em Tubarão e Capivari de Baixo um inovador meio de transporte coletivo, os chamados amarelinhos, que são ônibus coletivos com capacidade para acomodar de 17 a 26 passageiros, garantindo -lhes maior agilidade e significativo conforto. Esses ônibus possuem. Em televisão, ar -condicionado, som, videocassete, poltronas altas e reclináveis.

A Galeria Itália já foi loja de Zelindo Trento. Aqui a sede da ZTL, Siderópolis. (Foto Master)

Fonte: Zelindo Trento, 1.000 e uma paradas
Por Arquimedes NaspoliniFilho

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