HISTÓRIA

Curiosidades na história de Siderópolis

 

Das mudanças no núcleo de Nova Belluno:

A implantação da CSN nesta região se deu de várias formas e uma delas passou pela desapropriação de terras onde havia carvão a ser explorado. Os proprietários não queriam vender, porque o valor pago era baixo e não mais conseguiriam comprar terras férteis pelo mesmo valor. Mas quem não queria vender era pressionado, praticamente despejado de suas casas.

Houve casos em que os encarregados das negociações iam chegando para expulsar as pessoas, começavam a retirar as telhas das casas e não havia outra escolha senão aceitar o inevitável. Várias famílias perderam suas propriedades e só restava aos colonos, migrar novamente e muitos se transferiram para o Paraná.

A família Comin foi uma das poucas que conseguiu comprar as terras onde hoje vivem, eles começaram a criar vacas, vender o leite e a praticar a agricultura.

Os colonos haviam construído tudo neste local, desde ruas, escolas, cinemas, clubes de dança, capelas e nesta, em certa época vinha o padre Francisco Waterkemper, descendente de alemães e o padroeiro era São João Batista.

Em 1947, a capela do núcleo Nova Belluno se torna paróquia e veio o padre Antonio Konglik, também descendente de alemães.

Este padre foi quem fez a troca do padroeiro para Nossa Senhora Aparecida.Nessa época, havia o objetivo do governo federal de uniformizar o Brasil em torno de um “povo brasileiro” uma vez que em Santa Catarina era grande o número de alemães e italianos. O governo de Nereu Ramos notabilizou-se pela repressão aos possíveis seguidores do Eixo e sobre isso existem alguns casos curiosos:O Sr Antonio Carminatti (hoje falecido) contava um episódio em que ele e seu padrinho Alexandre Périco foram à Urussanga pagar os impostos e resolveram ir conversar atrás da Igreja para poderem falar em sua língua de origem. Chegou a polícia e os convocou a irem até a delegacia porque era proibido falar italiano. Alexandre Périco discordou veementemente dizendo que não estavam falando italiano e sim “bregamasco”. “Seu” Carminatti contava e ria porque foram liberados uma vez que os policiais nem sabiam o que era italiano ou não.

Outro episódio sobre o assunto é de um senhor que se chamava Manera. Como não podiam falar italiano, na hora de pagar o imposto quando perguntaram o nome dele, respondeu que antes era Manera, agora deveria ser Machado (significado de seu nome em português.) Esses episódios trazem a tona coisas que ocorreram nesta região meio perdida de qualquer mapa, mas que tinha importância estratégica para o Governo Federal, na época, Getulio Vargas.

Da colonização italiana – As primeiras colônias:

Colônia Nova Itália (atual São João Batista) em 1836, no vale do rio Tijucas, imigrantes oriundos da Sardenha.

Do contrato firmado, em 1874, entre o governo imperial brasileiro e Joaquim Caetano Pinto Júnior, são fundadas, a partir de 1875: Rio dos Cedros, Rodeio, Ascurra e Apoiúna, (colônia Blumenau) Porto Franco (atual Botuverá) e Nova Trento, (colônia Brusque). Em 1877, colônia Luís Alves no vale do rio Itajaí-Açú: no vale do rio Tubarão, os núcleos de Azambuja, Pedras Grandes e Treze de Maio: no vale do Urussanga, os núcleos de Urussanga, Acioli de Vasconcelos (atual Cocal) e Criciúma.

Colônia Grão Pará (atuais municípios de Orleans, Grão Pará, São Ludgero e Braço do Norte), por Conde D’Eu e Joaquim Caetano Pinto Júnior.

Do contrato da Companhia Fiorita com o governo brasileiro em 1891; cria-se, em 1893, da colônia Nova Veneza (atuais Nova Veneza e Siderópolis), estendendo-se do vale do rio Mãe Luzia até o vale do rio Araranguá.

Turismo

Os moradores de Siderópolis mantêm vivas as tradições de seus antepassados através de programas de intercâmbio com cidades italianas, além de valorizar a cultura e a gastronomia durante as comemorações locais, como a Festa do Colono, na segunda quinzena de julho, quando o município destaca seus produtos agrícolas. Com expressiva produção de carnes, principalmente de aves e suínos, também é destaque a cultura da banana, arroz, feijão, milho, mandioca café e fumo. Na área industrial, Siderópolis tem ainda minas de extração de carvão, indústrias químicas e serralherias. O lazer de moradores e visitantes é garantido pelo balneário Ghelere, nas margens do Rio São Bento, onde há cachoeiras e camping com banheiros e vestiários. Outra boa pedida são os passeios de Maria-Fumaça, que sai de Tubarão.

A história de Siderópolis em números…

Janeiro de 1891 – A Colônia de Nova Veneza começa se materializar com os trabalhos de medição dos lotes, aberturas de estradas, construção de galpões e casas. Ainda não havia chegado nenhum imigrante, mas a colônia já estava sendo desenha. (Bortolotto, p.17). E, nesse contexto, já estava definido o núcleo de Belluno. Toda Colônia de Nova Veneza pertencia ao território de Araranguá.

25/04/1893 – Instalação solene da Colônia de Nova Veneza, com festas em Nova Veneza (sede) e estendidas para os núcleos de Treviso, Belluno, Jordão e Belvedere. (Bortolotto, p. 34).

24/04/1895 – Pela primeira vez um governador do estado visitou o núcleo de Belluno, sendo recepcionado pelo diretor da Colônia de Nova Veneza, o senhor Miguel Napoli. A comitiva do governador Hercílio Luz que viajava a cavalo, dirigia-se a Nova Veneza (sede) para participar dos festejos em honra a São Marcos. (Bortolotto, p. 37).

06/10/1900 – Com a emancipação de Urussanga, por meio da lei estadual nº. 474, durante o mandato do governador Filipe Schimit, o núcleo de Belluno passa a integrar o território desse novo município.

23/08/1913 – Na sexta sessão extraordinária do Conselho Municipal de Urussanga, foi criado o Distrito de Nova Belluno com a aprovação unânime da lei municipal nº. 60, pelos conselheiros: Sebastião Bez Fontana, Jacomo de Brida e Stefano Giordani. Em seguida, a lei foi sancionada pelo senhor Lucas Bez Batti, prefeito municipal de Urussanga.

1941 – Instalação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN10/01/1942 – A CSN – Siderópolis contratou o primeiro funcionário: o senhor José Quarti.

31/12/1943 – Com a promulgação do decreto lei estadual nº. 941 pelo interventor do estado de Santa Catarina, Nereu Ramos, o Distrito de Nova Belluno passou a chamar-se Distrito de Siderópolis. Essa mudança de nome aconteceu após dois anos da instalação da CSN, operando na extração de carvão em Rio Fiorita.

04/12/1952 – Fundação do Itauna Atlético Clube.

Dezembro de 1955 – A Carbonífera Treviso S/A começou a minerar na forma de céu aberto.

03/07/1956 – Fundação do Grêmio Esportivo Treviso.

07/11/1958 – José Feltrin, vereador pelo Distrito de Siderópolis no seu segundo mandato, por meio do projeto de resolução nº. 3/58, propôs a criação do município de Nova Beluno.

11/11/1958 – Aprovado por unanimidade o projeto de resolução nº. 3/58 do vereador José Feltrin, no entanto, uma emenda substancial do seu colega de partido, Manoel Nicolazzi, mudou o nome do futuro município de Nova Beluno para Siderópolis.

19/12/1958 – Heriberto Hulse, governador do estado, por meio da lei nº. 380 criou o município de Siderópolis.

30/01/1959 – Nomeado, pelo governador Heriberto Hulse, o senhor João Caruzo Mac Donald para prefeito interino.

31/01/1959 – Instalação solene do município de Siderópolis e a posse do prefeito nomeado João Caruzo Mac Donald.

31/10/1959 – Posse do senhor Manoel Minervina Garcia, o primeiro prefeito eleito de Siderópolis. Na câmara de vereadores, assumiu o Sr. Porfírio Feltrin como o primeiro presidente do legislativo durante toda a legislatura.

03/06/1964 – O Prefeito Manoel Minervina Garcia foi forçado a renunciar o mandato no sexagésimo quarto dia após o golpe militar de 31.03.1964.

Setembro de 1967 – De propriedade do Colégio Dom Orione, foi inaugurada a primeira quadra esportiva coberta no município.

08/07/1995 – Com a lei nº. 9.864, assinada pelo governador do estado em exercício, José Augusto Hulse, o distrito de Treviso emancipou-se de Siderópolis tornando-se município.

05/10/2008 – Jucélia Longo Scaini (PMDB) com 398 votos, foi a primeira mulher eleita para o legislativo sideropolitano.

05/10/2008 – Douglas G. Warmling, o Guinga, (PP), com 4.567 votos, foi o primeiro prefeito na história de Siderópolis a conseguir uma reeleição.

Breve história

Os italianos que colonizaram Siderópolis chegaram em 1891, oriundos de Veneza, Treviso, Ferrara e Bérgamo, na Itália. No início, quando a localidade chamava-se Nova Belluno, os colonos cultivavam a terra apenas para consumo próprio. Mais tarde descobriram que a região era rica em carvão mineral e surgiram as primeiras mineradoras. A partir da instalação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), de propriedade do Governo Federal, o povoado passou a se chamar Siderópolis. As mineradoras trouxeram prosperidade e expandiram o povoado, mas a crise do carvão, especialmente na década de 1980, provocou a retomada da agricultura como base econômica do município.

Em 1913 Siderópolis foi elevado a Distrito de Urussanga. Em 19 de dezembro de 1958 conquistou a emancipação político-administrativa. A maior parte da população possui descendência italiana, seguida de descendentes africanos, embora há também um pequeno número de alemães, poloneses e portugueses.

O comércio é composto por estabelecimentos de pequeno porte, que suprem as necessidades básicas, como alimentação, vestuário, calçados e habitação. Alguns desses produtos são provenientes do próprio município, tais como: carvão, madeira, banana, fumo, batata, arroz, mandioca, milho, feijão e outros. Na área industrial conta ainda com minas de extração de carvão, indústria química, serralharias e pequenas indústrias.

No município de Siderópolis predomina a religião Católica Apostólica Romana, mas as religiões protestantes vêm crescendo e ocupando seu espaço. Os moradores de Siderópolis mantêm vivas as tradições de seus antepassados através de programas de intercâmbio com cidades italianas, além de valorizar a cultura e a gastronomia durante as comemorações locais, como a Festa do Colono, na segunda quinzena de julho, quando o município destaca seus produtos agrícolas.

Características

Fundação: 18/07/1891.

Emancipação Político Administrativa: 19/12/1958.Datas festivas: segunda quinzena de julho (Festa do Colono), junho e julho (Festas Juninas) e 12 de outubro (Festa de Nossa Senhora Aparecida).

Principais atividades econômicas: extração Vegetal, extração Mineral e agricultura.

População: 13.590 habitantes (2009).

Colonização: italiana.

Principais etnias: italiana.

Localização: sul, na microrregião de Criciúma, a 215 km de Florianópolis.

Área: 253 km2.

Clima: mesotérmico úmido, com verão quente e temperatura média de 19,1°C.

Altitude: 120m acima do nível do mar.

Cidades próximas: Cocal do Sul, Nova Veneza, Treviso, Urussanga, Lauro Muller e Criciúma.

A História da Cidade de Aço…

Siderópolis – cidade do aço. Mas sempre foi assim? Não. Siderópolis, a princípio era Nova Belluno, nome dado pelos fundadores, imigrantes italianos, numa alusão a Belluno italiana. E o relevo que aqui encontraram floresta, vale e a encosta da Serra Geral, muito parecido com o que deixaram para trás quando saíram em busca do sonho de dias melhores, da árvore que dava moedas de ouro em seu fruto, foi o que os inspirou a batizar a nova terra com o mesmo nome. Era um local de práticas agrícolas de subsistência, no início com pequenas tafonas movidas a água para moer o milho, depois passou a pequenas manufaturas, como o óleo de mamona, fabricado na região de Treviso e que chegou a ser exportado a outros Estados.

No centro ficava a capela e o padroeiro era São João Batista, a casa paroquial e as casas das famílias de italianos: Cesa, Vendrame, Brogni, Ronsoni, Patel, Rosso, Scarmagnani, Darol, Périco, etc. Onde hoje se localiza a prefeitura, havia muita mata virgem, bracatinga, taquaral, onde os animais como o bugio e o tatu faziam morada, além do rio de beleza inigualável e que por isso foi nomeado de rio Albina. Essa realidade bucólica começa ficar diferente com a descoberta de grandes reservas de carvão mineral e a partir do momento em que Getúlio Vargas consegue negociar recursos para a instalação de uma usina de aço em Volta Redonda, RJ, a conseqüente nacionalização do carvão e a construção de uma grande mineradora nesse núcleo de Nova Belluno. E tudo passa a acontecer…

As pessoas começaram a chegar, gente “grande” da época para os primeiros estudos do local onde seria construído todo o aparato necessário à construção de uma grande empresa estatal. Era preciso construir tudo: oficinas, casas, escritórios, transportar as máquinas. O almoxarifado da companhia foi instalado na propriedade da família Vendrame, onde hoje funciona o mercado Cooperca. Em 1947 a capela se tornou paróquia e o santo padroeiro foi trocado para Nossa Senhora aparecida. A partir da instalação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), de propriedade do Governo Federal, o povoado passou a se chamar Siderópolis e a partir daí, muitas e significativas mudanças foram ocorrendo no antigo núcleo de Nova Belluno. Em 1913, Siderópolis foi elevado a distrito de Urussanga e, em 19 de dezembro de 1958, conquistou a emancipação político-administrativa.

Colaboração: Profª. Olinda Rodrigues

Graduada em História pela UNESC – Pós-Graduada em História Local e Regional.

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