Nascida em 17 de
abril de 1940, filha de Antônio Comin, primeiro fotógrafo da cidade, juiz de
paz e sacristão, e de Maria Dal Moro, Maria Delzira cresceu em um lar
profundamente marcado pela fé. Seu pai carregava constantemente no bolso um
livro de Salmos, que costumava cantar em latim. Foi nesse ambiente que surgiu
sua vocação, tornando-se, em 1956, a primeira religiosa orionita de
Siderópolis.
Como postulante das
Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade, no antigo Instituto Nossa Senhora de
Lourdes, ajudou a erguer a escola das Irmãs e atuou como professora do jardim
de infância. Após sua primeira profissão religiosa, em 15 de agosto de 1960,
mudou-se para o Rio de Janeiro e, um ano depois, iniciou sua intensa jornada
missionária na região Norte do país.
A religiosa atuou
por mais de dez anos entre Tocantins e Maranhão, passando por Carolina,
Filadélfia, Xambioá e Tocantinópolis. Em Filadélfia, viveu uma das experiências
mais marcantes de sua missão. Auxiliou no pequeno hospital mantido pela
congregação, único da região, onde era professora pela manhã e enfermeira à
tarde. Participou de cirurgias como instrumentadora e enfrentou condições
extremamente precárias, como esterilização de materiais a querosene e a
necessidade de abrir um guarda-chuva dentro da sala de cirurgia para impedir
contaminação durante tempestades. Nos fins de semana, caminhava pela mata para
catequizar as famílias e prestar assistência social à população.
Posteriormente,
trabalhou na Santa Casa de Misericórdia e no Educandário Nossa Senhora
Aparecida, em Guararapes, São Paulo, atuando na educação e na saúde. Retornou,
depois, à Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro, onde, por uma década, cuidou de
crianças, distribuiu medicamentos e realizou atendimento pastoral. Também
exerceu o cargo de diretora de creche no Educandário Mãe de Deus, em Brasília.
Hoje, aos 65 anos
de vida consagrada, a irmã permanece no Instituto Mater Dei, em São Paulo, onde
atua na parte administrativa da instituição. Mantém-se fiel à missão que marcou
toda a sua trajetória, sempre guiada pela fé e pelo serviço ao próximo.
Para Jadna, autora
da moção, a homenagem representa o reconhecimento de toda a cidade à religiosa
que levou o nome de Siderópolis aos mais distantes rincões do país. “A história
da irmã é um exemplo de coragem, fé e entrega total ao próximo, e Siderópolis
precisa celebrar trajetórias como a dela”, destacou.
Em sua fala, Maria
Delzira agradeceu a homenagem e ressaltou o papel de sua cidade natal em sua
caminhada vocacional. “Tudo o que sou nasceu aqui, em Siderópolis, junto da
minha família e da minha comunidade. Levar a fé que aprendi na infância para
tantos lugares foi uma missão vivida com muito amor. Receber esta homenagem
hoje enche meu coração de alegria e gratidão”, afirmou.


